segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Lima Malungo


A Pernambutudo esse mês foi aperriar um artesão lá em Olinda. Lima é uma figura e muito simpatico, desde o incio queria fazer uma entrevista com ele. Já o conhecia de não lembro de onde, mas sempre nos falamos. Ele me recebeu muito bem em sua casa e foi uma tarde agradavel num papo maravilhoso. 
Segue um resumo do papo e algumas fotos...


1) Pernambutudo - Quando e como você pensou em ser artesão?
Lima - Meu pai é artesão (oleiro), ele não me ensinou coisas sobre isso quando era criança, não me ensinou diretamente, por que eu aprendia o vendo trabalhar, mas aos 13 anos conheci uma artesã chamada Jacira. Comecei a ajuda-lá no seu atelier e ela foi me ensinando os processos com os materiais e outros. Depois de um tempo fui para o exército, quando voltei fui trabalhar com ela novamente, porém depois dessa volta comecei a trabalhar sozinho.

2) PE - Em que você se inspira pra criar as peças?
Lima - Na filosofia, teologia, fé, esperança, caridade. Às vezes do nada olho e começo.
Com o passar do tempo melhorei os traços e adquiri experiência.



3) PE - E quais seus artistas favoritos? Como eles te inspiram?
Lima - Picasso e Portinari. Inspiração é você sair, olhar para o céu e querer pintá-lo.  Quero que uma peça minha seja reconhecida pela “pegada” da peça, tipo, ter uma identidade e não apenas por ter minha assinatura nela. É o fato de apenas olhar e saber que é minha.

4) PE - Como é feita a divulgação do teu trabalho e a venda das peças?
Lima - É de boca a boca, na internet e com os trabalhos que faço com outros artesões. Às vezes tem alguém que liga e diz “foi um amigo que falou das tuas peças”. E participo de alguma feiras populares.

5) PE -  Você não pensa em se envolver em algo governamental?
Lima - Trabalho sozinho e tenho que contar comigo mesmo. Não quero me “prostituir” ou me envolver com movimentos que acabem derrubando alguém pela “peixada”. Amanhã eu posso até ter um projeto aprovado, mas quero fazer tudo que está no papel. A peça que vendo em uma feirinha popular tem o mesmo preço de uma grande feira. Não faço diferença entre os públicos.


6) PE -  Mas você participou da FENEART. Como foi lá?
Lima - Foi um espaço dividido com vários artistas, mas o movimento foi bom. Estou indo para FENAHALL agora.

7) PE -  Já pensou em entrar ou montar uma cooperativa?
Lima - Há um tempo conheci um coletivo de Casa Forte. Estou me organizando e estudando. O coletivo irá funcionar não para reciclar pessoas, mas para formar pensadores, pois a arte é libertar, fazer evoluir. A idéia do coletivo é de fazer oficinas para discutir sobre temas atuais como política e cultura, entre outros, fazendo com que as pessoas se questionem e assim possam produzir arte.


Eu ainda não sei se é sorte ou azar ser artista, mas como diz um amigo meu “Não é para todo mundo ser vagabundo e artista”



Alex Lima, mais conhecido como Lima Malungo.
Contato: 81 3439  7481
              81 8790  2933
              limamalungo@hotmail.com

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